Prefeitura pretende integrar médicos da rede municipal às escalas das UPAs
Anúncio foi feito pela secretária de Saúde, Saudade Azevedo. Projeto Piloto será desenvolvido na Unidade do Alto de São Manoel.
Maricelio Almeida
A Prefeitura de Mossoró estuda integrar os médicos da rede municipal às escalas das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A informação foi revelada pela secretária de Saúde, Saudade Azevedo, em entrevista ao programa Cenário Político, da TCM.
A intenção, de acordo com a secretária, é ampliar o número de médicos que prestam atendimento nas UPAs, a partir de uma escala mista, com profissionais da rede e da cooperativa SAMA, que hoje é a responsável pelos plantões médicos nas três UPAs de Mossoró.
Segundo Saudade Azevedo, o projeto piloto será implantado na Unidade de Pronto Atendimento do Alto de São Manoel. "Vamos abrir um edital para contratação de médicos do Município, suprir essa necessidade, essa deficiência, eu acho que vai ser um grande avanço", pontuou.
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde, o projeto será executado a longo prazo. Hoje, a quantidade de médicos de plantões nas UPAs varia. Na manhã desta quinta, 10, por exemplo, havia dois médicos realizando atendimento na Unidade do Alto de São Manoel, três na UPA do Belo Horizonte e outros três na UPA do Santo Antônio.
Saudade Azevedo afirma que a maior parte desses atendimentos, cerca de 80%, poderia ser realizado na rede de atenção básica, o que desafogaria as Unidades de Pronto Atendimento. "A UPA precisa fazer o seu papel precípuo, que é a urgência e emergência. Mas às vezes a população vai para a UPA porque a Unidade Básica de Saúde (UBS) não está estruturada, está com equipe desconsistida. Nós temos 47 UBSs, 70 equipes da Estratégia Saúde da Família, mas temos hoje oito equipes desconsistidas", relatou.
A secretária afirmou ainda que a Prefeitura já solicitou ao Ministério da Saúde o envio de novos médicos do programa "Mais Médicos". "A solicitação foi feita para que a gente suprir essa deficiência e ampliar os serviços. O processo seletivo que iremos realizar não será só para as UPAs, será também para as Unidades Básicas de Saúde, principalmente as novas que iremos abrir", complementou Saudade Azevedo.
Ainda sobre as UPAs, a secretária pontuou que as Unidades também precisam ser reequipadas, e que esse processo de requalificação poderia ser executado de forma mais ágil caso o Governo do Estado enviasse os repasses que são de sua responsabilidade.
"Fizemos um estudo em Natal, que apontou que uma UPA custa entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,7 milhão por mês. Desse total, o Governo Federal financia no máximo R$ 350 mil. É um financiamento tripartíde (Município, Estado e União), mas desde 2010 que os municípios não recebem um real do Governo do Estado. A dívida com Mossoró é de cerca de R$ 16 milhões, entre contrapartidas obrigatórias de UPAs, Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e Farmácia Básica. Com esses recursos, poderíamos renovar a frota do Samu, reequipar as UPAs. É preciso realmente um olhar maior e melhor sobre isso", concluiu.