Investimento do Minha Casa Minha Vida supera R$ 1,2 bilhão em Mossoró

27/08/2018

Desde que foi criado, em 2009, programa do Governo Federal já entregou mais de 10 mil unidades na cidade.

Foto: Marcos Garcia/De Fato
Foto: Marcos Garcia/De Fato

Maricelio Almeida/Jornal De Fato

Lançado pelo Governo Federal em 2009 com o objetivo inicial de construir 1 milhão de residências para famílias com renda de até 10 salários mínimos, o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) já entregou em Mossoró mais de 10 mil unidades habitacionais e possui outras 2.475 em andamento, conforme dados repassados ao JORNAL DE FATO pelo Ministério das Cidades. No total, 15.056 unidades foram contratadas através do programa, em um investimento que supera R$ 1,2 bilhão ao longo dos últimos nove anos.

A maior parte dos imóveis contratada em Mossoró está inserida na faixa 2 do MCMV, que contempla famílias com renda de até R$ 4 mil. Essas unidades, conforme explica o Ministério das Cidades, são construídas a partir de operações de mercado financiadas com participação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Nessa faixa, das 9.339 unidades contratadas, 8.832 foram concluídas, 7.046 entregues e 507 estão em andamento. "A existência de unidades habitacionais concluídas e não entregues se deve à não efetivação da comercialização delas, pois nessa faixa os beneficiários buscam no mercado, de livre escolha, um imóvel que melhor possa se adequar as suas necessidades, bem como a sua capacidade de contrair um contrato de financiamento", pontua o Ministério das Cidades.

Já na faixa 1, que contempla famílias com renda de até R$ 1,8 mil, financiando imóveis em até 120 meses com prestações mensais que variam de R$ 80,00 a R$ 270,00, foram 4.978 unidades contratadas, sendo 3.518 através do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR); 650 por meio do FAR Urbanização e 496 através do MCMV Entidades, que destina-se à concessão de financiamentos a pessoas físicas, contratados sob a forma associativa.

Entre os imóveis da faixa 1 em Mossoró, destaca-se o residencial Monsenhor Américo Simonetti, o primeiro entregue pelo Minha Casa Minha Vida na cidade, em 2012, beneficiando cerca de 800 famílias. Também foram entregues o residencial Santa Júlia, em 2015, contemplando 356 famílias; o conjunto Jardim das Palmeiras, em 2016, erradicando a antiga favela do Tranquilim com 410 casas, e o residencial Maria Odete Rosado, em dezembro do ano passado, com 844 unidades.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Mossoró (SINDUSCON), Sérgio Freire, o Minha Casa Minha Vida alimenta toda a cadeia construtiva, gerando empregos diretos e indiretos. "É um programa que ganhou ainda mais importância para o setor diante da crise econômica instalada no Brasil. O MCMV é sustentável, com baixas taxas de juros, que alimenta toda a cadeia construtiva, gera muitos empregos diretos e indiretos e ainda tem uma importante função social de atender o déficit habitacional da população de menor renda", destaca.

Sérgio reforça ainda que o programa melhora a estrutura das cidades. "Entra governo e sai governo e o Minha Casa Minha Vida continua funcionando, sinal que virou um programa de Estado e nossa expectativa é que continue nos próximos anos, o que gera uma boa perspectiva para esse segmento. Mossoró tem ótimos projetos que, além de tudo, melhoram a estrutura da cidade, pois entregam as casas com a infraestrutura completa, ruas pavimentadas e todas as condições para um desenvolvimento e valorização do local", acrescentou o presidente do Sinduscon.

Por fim, Sérgio Freire comenta os ganhos para a economia da cidade. "É importante ressaltar que esses recursos vêm de fora e entram na nossa cidade trazendo ganhos para nossa sociedade. Temos que exaltar os que atuam nessa área, pois são processos altamente burocráticos e que, quando dão certo, todos acabam ganhando. Sentimos que o programa passa por uma fase de adaptação à crise. Esperamos que essa retomada se concretize e que esses novos projetos possam ser viabilizados", conclui.

Panorama geral do MCMV em Mossoró:


Residencial Mossoró deve ser entregue em fevereiro de 2019

O maior empreendimento do Minha Casa Minha Vida na cidade, o residencial Mossoró, composto por 900 apartamentos divididos em três condomínios , deve ser entregue em fevereiro de 2019, conforme previsão apresentada pela Caixa Econômica ao JORNAL DE FATO.

Os imóveis estão sendo construídos na Rua Isaura Rosado, bairro Bela Vista. Cada apartamento possui sala, dois quartos, banheiro, cozinha com gás encanado e área de serviço e uma vaga na garagem. Os blocos também contam com apartamentos com acessibilidade. O local ainda possui área de lazer com churrasqueira, cozinha e banheiros acessíveis.

Segundo a Caixa Econômica, havia sido identificada uma redução no ritmo das obras do residencial Mossoró e, por isso, foram adotadas todas as medidas técnicas previstas no programa MCMV. "As obras voltaram ao seu ritmo normal desde o início de agosto de 2018", comentou o banco.

A prefeita Rosalba Ciarlini visitou na última sexta-feira, 24, as obras do empreendimento. Na ocasião, a chefe do Poder Executivo municipal anunciou que a cidade será contemplada com a construção de mais dois residenciais: o Mossoró 4 e 5, com mais 500 apartamentos. "E aqui nesta área já vamos elaborar os projetos para a construção de escola e posto de saúde", revelou Rosalba Ciarlini.


Construção civil apresenta recuperação, diz Sinduscon

O setor da construção civil apresenta sinais de retomada, após enfrentar um período crítico em razão do cenário nacional dos últimos anos. É o que afirma o presidente do Sinduscon, Sérgio Freire.

"Basta olharmos os números de emprego no setor, que tem apresentado saldo positivo. Isso nos dá esperança, um otimismo bastante acentuado, renovando as nossas esperanças. A construção civil, de forma geral, tem respondido, ainda que de forma tímida, mas há um crescimento", aponta Sérgio Freire.

Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a construção civil contabilizou saldo de 362 postos de trabalho com carteira assinada entre os meses de janeiro e julho deste ano em Mossoró. Foram 1.851 demissões no período, contra 1.489 admissões.

"Nós temos boas esperanças que o mercado vai se fortalecer ainda mais. Temos visto várias obras sendo licitadas pelo Poder Público municipal, o que aquece a economia, porque gera emprego e renda, e os recursos começam a ser divididos em toda a cadeia produtiva. O sentimento é de otimismo. Precisa melhorar muito, mas estamos caminhando para dias melhores", conclui Sérgio Freire.