Finecap deve atrair mais de 200 mil pessoas em sua 23ª edição

02/09/2019

Evento será realizado entre os dias 5 e 7 deste mês em Pau dos Ferros; em entrevista, prefeito Leonardo Rêgo destaca novidades da Feira.

Foto: Marcos Garcia/Jornal De Fato
Foto: Marcos Garcia/Jornal De Fato

Por César Santos e Maricelio Almeida/JORNAL DE FATO

A Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste Potiguar (FINECAP) chega a sua 23ª edição consolidada como uma das maiores do segmento no Rio Grande do Norte. O evento acontece entre os dias 5 e 7 deste mês, com a expectativa de reunir mais de 200 mil pessoas em Pau dos Ferros.

A edição deste ano da Feira vem com uma série de novidades, entre elas a instalação de um front stage, área cujo acesso se dará mediante compra de ingressos. Esse e outros assuntos foram abordados na entrevista desta semana do "Cafezinho com César Santos", com o prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rêgo (DEM).

O gestor, que está no seu terceiro mandato, destacou a importância da Finecap para a economia da região do Alto Oeste, afirmou que o Governo do Estado tem tido pouca resolutividade com relação a questões diretamente ligadas aos Municípios potiguares e pontuou que, no momento certo, deverá apresentar seu nome mais uma vez como candidato à Prefeitura de Paus dos Ferros. Acompanhe.

O que a Finecap 2019 vai oferecer à população de Pau dos Ferros, região Oeste e RN?

Uma das vertentes principais que nos estimulam a organizar um evento dessa envergadura é exatamente ter a noção da importância do aspecto econômico que um evento como esse tem para a cidade e para a região. Quando falamos em Pau dos Ferros, temos de falar da região do Alto Oeste, são 36 cidades convergindo. É um grande desafio realizar um evento desse porte. É uma feira eclética, de negócios, educação, cultura, turismo, e que há participação popular. A nossa expectativa neste ano é que supere nos três dias oficiais de evento a presença de mais de 200 mil pessoas. Neste ano, a Prefeitura está com uma inovação, uma parceria com a Fecomércio para o estudo qualitativo sobre todo o impacto econômico que o evento gera para a cidade, ou seja, teremos um comparativo do investimento realizado pela Prefeitura, das receitas que a Prefeitura teve em função da realização do evento, como também do retorno econômico para o comércio como um todo, que é muito forte no contexto regional.

EM RELAÇÃO à infraestrutura do evento, há novidades?

A INFRAESTRUTURA do evento é muito diferenciada, bares padronizados, 60 camarotes, a presença de mais de 80 empresas subdivididas em mais de 100 estandes de exposição, sonorização de melhor nível. O aspecto segurança, a cada a ano, a gente tem procurado aperfeiçoar, serão mais de 200 homens garantindo a segurança do evento, policiais militares, civis, Corpo de Bombeiros, são 40 câmeras videomonitorando todos os acessos e o próprio local do evento, presença da plataforma da PM, Delegacia Móvel da Polícia Civil, isso tudo se integrará ao sistema de videomonitoramento da cidade, que é conduzido através da tecnologia de fibra óptica.

HOUVE uma reação, mesmo que momentânea, ao front stage, uma das novidades do evento deste ano, porque é um espaço reservado cobrando ingresso. Qual a importância dessa iniciativa, sob o aspecto financeiro?

O FRONT stage vai ocupar apenas um espaço de 5% do tamanho da praça, cuja característica é que a Prefeitura vai ampliar a sua capacidade de receita dentro de um ambiente de legalidade, através de um decreto municipal. Toda a arrecadação do front servirá para custear as despesas com atrações musicais. Com isso, a Prefeitura buscou esse ambiente diferenciado, respeitando o momento adverso do aspecto econômico que o país vivencia e, ao mesmo tempo, estabelecendo uma interatividade, por exemplo, dos artistas que se apresentarão, como nunca tinha sido feito antes, porque haverá uma passarela principal interligando o palco principal ao house mix, que será transformado num palco alternativo, e, com isso, você estreitará a relação dos artistas, como Marília Mendonça, Dilsinho, Márcia Felipe, Saia Rodada, artistas da cidade e da região.

HÁ UMA previsão de quanto, em termos percentuais, a implantação do front stage representa para as receitas da Finecap?

SETENTA por cento das despesas do evento estão vinculadas a atrações musicais. Convenhamos, trazer grandes artistas de renome nacional gera um impacto financeiro. Então, com a arrecadação que a Prefeitura terá com os bares padronizados, feira de negócios, somada ao front stage, 70% das despesas do evento serão custeadas com as próprias receitas vinculadas a esse mesmo evento. Apenas 1/3 das despesas totais estará atrelado aos cofres do Tesouro Municipal. A Prefeitura de Pau dos Ferros tem tido o diferencial de ter os seus compromissos com o pagamento de folha de pessoal rigorosamente em dia e tem tido também regularidade no pagamento dos seus fornecedores e prestadores de serviço, como somos conhecedores que os meses de agosto a novembro são de queda de receita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a Prefeitura teve que ter esse diferencial, inovar no sentido de enxertar a arrecadação do próprio evento.

É POSSÍVEL precisar o número de leitos que a rede hoteleira vai oferecer, a estrutura que a iniciativa privada vai oferecer aos visitantes?

NÓS já temos informações, através inclusive de agências de turismo e viagens da nossa cidade, que todas as vans e ônibus do raio de 150 km em torno de Pau dos Ferros estão locados. A rede hoteleira de Pau dos Ferros, de Portalegre, que fica a 33 km de distância, e Martins, que fica a 40 km, pela BR-226, também está lotada, essas são as informações repassadas a nós. O impacto econômico que se gera para a cidade e para a região é evidente, e esse é um dos aspectos que mais estimulam a Prefeitura, mesmo num momento de nebulosidade econômica, a realizar um evento dessa magnitude.

VAMOS falar agora sobre o Complexo Turístico Religioso do Serrote do Jatobá. Esse projeto é o carro-chefe da sua terceira gestão e é um projeto ousado. Em que fase se encontra essa proposta?

O MUNICÍPIO de Pau dos Ferros já dispõe de quatro emendas parlamentares destinadas, via Ministério do Turismo, e que contemplarão a edificação das quatro primeiras etapas dessa obra. A estimativa que nós temos é que essa é uma obra para ser executada em cinco etapas. Nós tivemos uma problemática que foi a questão da concessão da licença ambiental. Entre a licença prévia e a licença de instalação, foram 15 meses de tramitação junto ao órgão ambiental. O contrato da obra está assinado desde setembro de 2018, mas a Prefeitura não poderia dar início à obra em função da ausência de licença ambiental de instalação, como o Idema concedeu essa licença, recebemos agora recentemente autorização da Caixa Econômica Federal para a emissão da ordem de serviço.

ESSA ordem de serviço será assinada quando?

NESTA quarta-feira, dia 4 de setembro, dia de aniversário da nossa cidade, dos 163 anos de emancipação política, nós faremos a solenidade no novo Mercado Público, às 9h, e de lá sairemos em caravana para o Serrote do Jatobá, para o descerramento da pedra fundamental. Fizemos uma visita ao bispo dom Mariano Manzana, ao padre Sátiro Cavalcanti, e registrei o convite a todo o segmento católico do RN para participar desse momento importante de uma obra que, sem dúvida nenhuma, gerará uma referência no turismo religioso na região do Alto Oeste do RN. A previsão é que a obra se inicie no dia 9. A ordem de serviço será emitida no dia 4 e no dia 9 a construtora vencedora do certame licitatório referente à primeira etapa vai instalar o canteiro de obras.

QUAL o valor total do projeto?

NÓS estamos orçando por etapa. A primeira etapa, R$ 1.000.035,00, o valor de convênio. Nós temos mais três emendas parlamentares empenhadas, que se somarão à contrapartida da Prefeitura, que, desde já, através do seu maquinário e de contratado, está fazendo todo o serviço de terraplanagem dos acessos ao serrote. A primeira etapa da obra consiste na construção do estacionamento no pé do serrote, a escadaria de acesso ao santuário, e a Praça da Fé, em um local intermediário do serrote, porque teremos ainda uma praça superior no entorno da imagem de Nossa Senhora da Conceição.

SERÁ a imagem mais alta do Rio Grande do Norte?

NÃO. A de Santa Rita é mais alta, mas, em nível de modernidade, o nosso complexo (é), sem dúvida nenhuma. Queria até salientar aqui o nosso elogio aos profissionais, arquitetos e engenheiros, que são todos dos quadros da Prefeitura. Temos uma parceria muito frutífera com a Ufersa. Pau dos Ferros tem o único curso de Arquitetura em universidade pública do interior do RN. Nós temos uma equipe própria da Prefeitura que elabora projetos, tanto do âmbito da arquitetura, da engenharia, como também fiscaliza as obras. A gente tem que agradecer a todos esses valorosos profissionais, que elaboraram um projeto muito bem formatado, e com isso agilizou a aprovação dessas demandas junto à Caixa Econômica, que intermedeia a execução do convênio através do Ministério do Turismo. O trabalho dessa equipe também reduz custos, inegavelmente. O Rio Grande do Norte tem pouquíssimos escritórios especializados na elaboração de projetos de obras públicas, e, com isso, há uma sobrecarga de demandas.

COMO é possível administrar uma cidade importante, como Pau dos Ferros, sem ter uma parceria administrativa do Governo do Estado, por questões políticas?

INFELIZMENTE, com a situação em que o Rio Grande do Norte se encontra no seu aspecto financeiro, o Governo do Estado pouco tem tido resolutividade com relação à questão dos Municípios. Pouco se ouve falar hoje em convênios do Governo do Estado com Prefeituras. As próprias emendas parlamentares que são impositivas, elas são impositivas no campo teórico, porque na prática há uma limitação, um contingenciamento permanente das próprias emendas. Na nossa trajetória como prefeito, já no 11° ano como gestor, eu só fui aliado do Governo nos anos de 2011 e 2012, quando Rosalba foi governadora, em todos os outros governos eu fiz jus à postura de coerência, de exercer oposição respeitando o resultado das urnas, inclusive no ano de 2005 ainda cheguei a ser aliado do governo Wilma, mas para ser coerente com uma decisão partidária à época, a gente rompeu politicamente com o governo. Nos dias atuais, não só eu que estou dizendo isso apenas; todos os prefeitos que nós temos contato lamentam a completa ausência de resolutividade do Governo Estadual no que se refere a mecanizar e viabilizar recursos para investimentos importantes nos Municípios. Eu interpreto que essa circunstância de crise é determinante para essa ausência de prerrogativas do Estado de subsidiar e ajudar os Municípios.

MAS há alguma ação em estudo, alguma parceria em andamento com o Município de Pau dos Ferros?

PAU dos Ferros tem uma adutora de emergência, a primeira do RN, construída no governo Rosalba, através de convênio com a Defesa Civil Nacional. Inclusive, no período, eu fui secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e essa adutora está passando atualmente por reparos. Eu tenho que reconhecer o esforço que o presidente da Caern tem tido, porque a nossa barragem está em volume morto, e através de uma ação emergencial, a Caern está recuperando uma adutora que é provisória. Então, eu tive uma notícia positiva agora por parte do atual presidente da Caern, Roberto Sérgio Linhares, de que está sendo finalizado o projeto para a construção de uma adutora expressa, com a perfuração de sete poços tubulares no município de Apodi, através de um aquífero, e será construída uma adutora expressa de 83 km até a cidade de Pau dos Ferros, cujo investimento está orçado em R$ 108 milhões. Essa adutora terá uma extensão, inclusive, às cidades de Encanto, Doutor Severiano, São Miguel, Coronel João Pessoa e Venha Ver. Serão mais R$ 35 milhões. A vazão final chegando a Pau dos Ferros será em torno de 1.740 m³ por hora. Ele (Roberto Linhares) nos falou que a Caern licita a obra, através de três possibilidades.

QUAIS são essas possibilidades?

VIABILIZAR recurso federal; colocar uma empresa gerenciando o trecho dessa adutora, e já me antecipou que existe, informalmente, uma empresa interessada; e terceiro, ele mencionou que a Caern não tem dinheiro neste ano, mas para o ano de 2020, segundo palavras do presidente, é prioridade número 1 da Caern construir a adutora expressa que vai garantir a regularidade do abastecimento de Pau dos Ferros e mais 19 municípios da região com água de excepcional qualidade. A notícia que mais me acalentou foi a confirmação de que a obra será licitada neste ano e que a Caern está se planejando financeiramente para, se for o caso, executar a obra com recursos da Companhia.

O PRÓXIMO ano é ano eleitoral, e o senhor tem o direito natural a disputar a reeleição. O senhor já pensa na disputa eleitoral?

EU SEMPRE tive como princípio ter êxito no campo político alicerçado na qualidade e na eficiência administrativa, esse sempre foi o nosso grande capital. Eu fui eleito prefeito em 2004, reeleito em 2008, depois de 24 anos um prefeito da cidade conseguiu contribuir de maneira determinante para a eleição de um sucessor, e quatro anos após, retornei à cena política da cidade sendo eleito pela terceira vez. Em todas essas eleições, o nosso maior capital, principalmente a partir da segunda, porque na primeira eu era novidade, foi o conceito administrativo. Temos trabalhado incessantemente para corresponder às expectativas da comunidade, empreendendo investimentos diversos na cidade, tendo uma gestão equilibrada financeiramente, e eu acho que tudo isso poderá levar, no momento oportuno, a mais uma vez pleitearmos uma candidatura de reeleição.

O CONCEITO administrativo, sob a sua avaliação, lhe sugere um quarto mandato?

MUITO provavelmente. O que a gente tem sentido em nível de aceitação da comunidade é a eficiência administrativa que a gente conseguiu empreender após os anos iniciais terem sido muito difíceis, a cidade passou por um processo de reconstrução administrativa, decretamos no primeiro dia de mandato estado de emergência administrativo-financeira pelo desequilíbrio na Prefeitura, reduzimos o custeio da máquina drasticamente, com extinção de contratos provisórios, redução de 55% de cargos em comissão, isso tudo levou a Prefeitura hoje a ter um ambiente financeiro estável. Eu interpreto que o que tem sido empreendido em dois anos e oito meses tem superado as nossas expectativas, até mesmo em função do cenário nebuloso em que nos deparamos administrativamente.